segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Células-tronco são capazes de se auto-organizarem formando cérebros em miniatura.

Há algum tempo já se sabe que as células-tronco pluripotentes* são capazes de dar origem aos diversos tipos celulares existentes no nosso corpo. Em 2012, os pesquisadores Jonh B. Gurdon e Shinya Yamanaka receberam o prêmio Nobel de medicina por descobrirem que uma célula diferenciada poderia ser reprogramada, tornando-se uma célula-tronco. Estas células foram então chamadas células-tronco de pluripotência induzida – iPS. Mas a história não termina por aí, num estudo publicado mês passado na revista Nature, a pesquisadora Madeline Lancaster e seus colaboradores, do Instituto de Biotecnologia Molecular da Academia de Ciência da Áustria, descobriram que as células tronco pluripotentes são mais que apenas uma fonte de diferentes tipos celulares. Agregadas sob condições apropriadas, as células-tronco pluripotentes são capazes de se auto organizarem formando organoides cerebrais, uma espécie de cérebro em miniatura.

Esses organoides cerebrais, ao contrário do que possa parecer, não servirão para substituir partes do sistema nervoso que eventualmente apresentem algum defeito ou lesão. A grande importância destes organoides cerebrais está numa característica especial deles. Durante sua formação eles “imitam” os mecanismos moleculares utilizados durante o desenvolvimento normal do sistema nervoso.

Para ficar claro a importância dessa descoberta, vamos pensar em pacientes com doenças crônicas relacionadas ao sistema nervoso, como o autismo por exemplo. Nós sabemos que o autismo é causado por algum problema que ocorre durante o desenvolvimento do sistema nervoso, mas ninguém sabe exatamente qual é esse problema, nem quando acontece. Não que faltem pesquisas na área, mas simplesmente porque não podemos ficar vasculhando o sistema nervoso de embriões a procura de defeitos, isso é inviável.

O leitor já deve ter imaginado aonde essa história toda vai chegar. Considerando as descobertas dos pesquisadores Jonh B. Gurdon e Shinya Yamanaka, citada no início desse texto, seria possível pegar uma pequena amostra de pele (menor que 1mm) de um paciente autista, isolar as células e reprogramá-las para que se tornem células-tronco – iPS. Em seguida, aplicando o método descrito por Madeline Lancaster, essas células formariam um organoide cerebral. O mais interessante dessa história é que esses organoides seguem os mesmos mecanismos moleculares presentes no embrião. Portanto, os mecanismos moleculares presentes serão os mesmos que orientaram o desenvolvimento do sistema nervoso do paciente autista, agora com a grande vantagem de tudo estar acontecendo numa placa petri no laboratório do pesquisador. Isso poderá permitir que os pesquisadores possam entender as causas não apenas do autismo, mas de um grande número de doenças congênitas graves. Além é claro de melhor compreender o desenvolvimento do nosso sistema nervoso.

As descobertas de Lancaster e seus colaborares são muito importantes, no entanto, não significam a cura imediata para doenças congênitas. Esses organoides cerebrais são apenas uma ferramenta que poderá permitir o estudo mais detalhado dessas doenças.

FONTE : https://cientistasdescobriramque.wordpress.com/2013/09/25/celulas-tronco-sao-capazes-de-se-auto-organizarem-formando-cerebros-em-miniatura/

domingo, 4 de outubro de 2015

Centro de armazenamento de células-tronco vai atender famílias de baixa renda.




No dia 14 de abril de 2015 foi reinaugurado, após ampliação, o laboratório da empresa Cryopraxis, que atua na pesquisa e armazenamento de células do cordão umbilical. Considerado o maior centro de criogenia e armazenamento de amostras biológicas e de manipulação de células da América Latina, o laboratório se localiza no polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro (BIO-RIO).Foram investidos cerca de cinco milhões de reais na expansão do laboratório. Anteriomente a empresa possuía a capacidade de armazenar 40.000 unidades de sangue de cordão umbilical, passando a contar agora com a capacidade de 80.000. Além de duplicar a capacidade de processamento e armazenamento de unidades coletadas em todo país, a empresa, em parceria com instituições do Sistema Único de Saúde (SUS), destinará 10% de sua capacidade de armazenamento a famílias de baixa renda com histórico genético de leucemia.
Segundo a Diretora Técnica da Cryopraxis, Janaína Machado, "Se uma criança desenvolver uma leucemia, e houver a necessidade de um transplante de medula óssea, ela faz a requisição desse sangue que já está pronto para ser utilizado. Não há a necessidade de procurar em um banco público, que devido a grande miscigenação, a chance de encontrar um material compatível, é de 1 para 100 mil. Com a célula da própria pessoa, a compatibilidade é de 100%, facilitando e agilizando o tratamento"
O site da Cryopraxis encontrá-se neste link.
A empresa possui também um serviço de telefonia gratuita: 0800 606 777 e páginas nas redes socias:Twiter, Facebook, YouTube e Instagran.
O canal do YouTube possui vídeos de reporatagens da grande mídia relacionadas à empresa e a sua área de atuação.





sábado, 3 de outubro de 2015

As três categorias de células-tronco são:

  • Células-tronco embrionárias -derivadas de blastócitos.
  • Células-tronco adultas - encontradas em tecidos adultos.
  • Células-tronco da medula espinhal.


Rejuvenescimento facial a base de células tronco

Tratamento facial que faz o tempo parar
Ao proteger, energizar e estimular as células-tronco adultas da pele, elas reagem produzindo novas células mais saudáveis e revitalizadas, combatendo as causas do envelhecimento, devolvendo a jovialidade, a vitalidade e a longevidade da pele.
Alguns novos princípios ativos são encontrados neste novo tratamento como: Phycosaccharide Al – ativo derivado de biotecnologia marinha que estimula a capacidade de divisão das células-tronco adultas epidérmicas e reconstrói esta camada da pele, preenchendo e suavizando as rugas; Phycojuvenine – ativo marinho que atua nas células-tronco adultas da derme, protegendo seu DNA mitocondrial e ativando seu metabolismo celular e a síntese de ATP (energia), o que potencializa sua capacidade de proliferação e diferenciação em novas células, inclusive as produtoras de colágeno, com a mesma intensidade de um tecido jovem; Extrato de Myrtus Communis – é um arbusto da região do Mar Mediterrâneo, que tem o poder de limitar o aparecimento dos sinais do envelhecimento , pois aumenta a produção das SIRTs, proteínas responsáveis pela longevidade e vitalidade das células; THPE – ativo de última geração, com ação ultrafirmante por meio do estímulo à contração de células da pele.

Benefícios
· Suavização de rugas: estimula a multiplicação de células mais saudáveis e consequentemente, aumenta a produção de colágeno, promovendo o preenchimento da pele.
· Melhora da luminosidade, hidratação e viço: estimula a energização celular, equilibrando as funções vitais da pele.
· Proporciona maior firmeza à pele, melhorando o tônus e redefinindo o contorno facial.
· Atenua as linhas de expressão e a profundidade das rugas: preenche os sulcos de dentro para fora na região dos olhos.
· Promove efeito lifting e aumento da firmeza: melhora a tonicidade e o aspecto de olhos cansados e pálpebras caídas.
· Melhora da textura e o relevo cutâneo na região dos olhos.
FONTE: http://www.melhoramiga.com.br/2010/03/rejuvenescimento-facial-a-base-de-celulas-tronco/

Polêmicas envolvendo células-tronco embrionárias.

Não é de hoje que ciência e religião se digladiam pelo controle sobre o comportamento e os valores do homem. Não raro na história a moral sepultou inovações e descobertas científicas; não raro a ciência deflorou a vida e os direitos humanos.

Se você se debruçar sobre a questão com o olhar criterioso e investigativo dos que vasculham o inexplicado, recairá em uma discussão quase tão antiga quanto a própria humanidade: quais os riscos, os limites do avanço tecnocientífico? E quais os perigos do ostracismo, da manutenção de princípios conservadores?



Sem dúvida, muitas pessoas argumentam que tal pesquisa é desnecessária porque também podem ser obtidas células-tronco a partir de adultos ou do sangue do cordão umbilical.

De fato, os cientistas podem trabalhar com dois tipos de células-tronco: as embrionárias e as adultas. As primeiras, que só ocorrem no início do desenvolvimento embrionário, são denominadas pluripotentes, pois podem se transformar em qualquer tipo de célula. Com elas se consegue formar de hemácias a células nervosas – essas fundamentais para o possível tratamento de doenças como Alzheimer ou lesões de medula espinhal. Já as células-tronco adultas (e aí se incluem as retiradas do cordão umbilical) só formam alguns tecidos, como músculo, osso ou cartilagem.

São várias as vantagens do uso das células embrionárias sobre as adultas. Pode-se destacar, além da sua pluripotência, a facilidade de seu isolamento – já que constituem a totalidade do embrião – e o maior controle na indução de sua especialização.

Além disso, a grande perspectiva é que, com o aprofundamento dos estudos nessa área, possamos compreender todos os mecanismos que regem a especialização de uma célula-tronco e, no futuro, aplicá-lo em células adultas, dispensando o uso de embriões.

Independente da discussão jurídico-moral, são incontáveis os exemplos de aplicação prática, potencial ou já realizável, desse tipo de célula: a reconstrução de tecidos perdidos por mutilações e acidentes; a regeneração de massa óssea em pessoas portadoras de osteoporose; reposição de tecido necrosado cardíaco após infartos; tratamento de Mal de Parkinson, Alzheimer e lesões neurológicas traumáticas e advindas de derrames; cura para diabetes tipo 1, hemofilia e leucemia; recuperação de tecido renal em pacientes com necessidade de transplante de rim; produção de tecido hepático para doentes com cirrose ou hepatite...

Entretanto, o desenvolvimento de todas essas perspectivas está seriamente ameaçado no nosso país devido ao atraso com as pesquisas de células-tronco embrionárias. Será que teremos, no futuro, que pagar royalties enormes para importar uma tecnologia que podia ter sido desenvolvida por nós?

E as famílias, que por não possuírem recursos para viabilizar tratamentos no exterior, terão que assistir, impotentes, ao avanço de doenças em seus entes queridos? O Brasil dispõe do principal para o desenvolvimento de qualquer tecnologia nova: cientistas especializados e capacitados.




Dr. Júlio Cesar Voltarelli - pioneiro em pesquisas com células-tronco no Brasil


O Dr. Júlio Cesar Voltarelli (1948-2012), professor e cientista da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Campus de Ribeirão Preto) - FMRP, foi o primeiro cientista brasileiro a testar células-tronco para o tratamento de diabetes. Ele era considerado uma figura controversa no meio acadêmico por testar idéias que ainda pouco aceitas na comunidade científica.

Graduado em medicina e com experiência nas áreas de imunologia clínica, hematologia e hemoterapia, o Dr. Voltarelli teve suas pesquisas publicadas em periódicos internacionais e escreveu o primeiro tratado brasileiro completo - com quase 1,3 mil páginas - sobre transplante de células-tronco hematopoiéticas (aquelas que têm potencial para formação de sangue).

Entre as diversas conquistas científicas, o Dr. Voltarelli e seu grupo na FMRP-USP criaram a técnica de tratamento conhecida hoje como "reset imunológico", aplicada a diabetes tipo 1 - da qual já falamos aqui no blog e conseguiram reverter déficits neurológicos em estágios iniciais em pacientes com esclerose múltipla a partir de transplante autólogo de células-tronco.


Incansável estudioso, Voltarelli graduou-se em Medicina; fez mestrado e doutorado em Hematologia/Imunologia (todos pela USP); pós-doutorou-se pela Universidade da Califórnia, pelo Fred Hutchinson Cancer Research Center e pelo Scripps Research Institute, nos EUA. E ainda foi professor titular do Departamento de Clínica Médica da FMRP-USP e pesquisador do Centro de Terapia Celular (CEPID-FAPESP) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células-Tronco e Terapia Celular (CNPq).


O Brasil perdeu um importante cientista em 21 de abril de 2012. O Dr. Voltarelli faleceu aos 63 anos, em consequência de complicações de um transplante de fígado e, na ocasião, o prefeito de Ribeirão Preto decretou luto oficial de três dias em sua homenagem. Também como reconhecimento pelo seu pioneirismo e importância dentro do cenário científico brasileiro, o Grupo de Apoio ao Transplantado de Medula Óssea - GATMO, em 27 de setembro de 2013, decidiu por unanimidade prestar uma homenagem à Voltarelli e, dentre as atividades de aniversário do seu 21º ano de existência, a casa de apoio (GATMO) passou a se chamar "Casa de Apoio Dr. Júlio Cesar Voltarelli".



Tratamento de ELA - Esclerose Lateral Amiotófica - com o uso de células-tronco



Células-tronco retiradas da gordura da barriga do paciente foram a esperança de vida para o Sr. Henrique, paciente de esclerose lateral amiotrófica,que, aos 68 anos, quase não se movimentava e tinha dificuldade para falar e comer.

Depois do transplante, a esclerose chegou até a regredir.


A esclerose lateral amiotrófica é uma doença auto-imune que ataca o sistema nervoso central. Os neurônios que controlam os movimentos dos músculos vão se degenerando progressivamente até levar à morte do paciente.


A nova alternativa de tratamento ainda está em fase de pesquisa e, por enquanto, este procedimento ainda não poderá ser aplicado em outras pessoas, mas esta iniciativa abre uma perspectiva de esperança para as pessoas que sofrem com esta doença.

A Lei de Biossegurança



Em 24 de março de 2005, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei nº 11.105 – Lei de Biossegurança.

Esta lei:



  • regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição Federal;
  • estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados (OGM) e seus derivados;
  • cria o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS);
  • reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio);
  • dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança (PNB);
  • revoga a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995;
  • revoga a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001;
  • revoga os artigos 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10º e 16º da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003.


Apesar de sancionada, a Lei de Biossegurança ainda necessitava ainda de regulamentação. O que só ocorreu em 23 de novembro de 2005, pelo Decreto nº 5.591, publicado no Diário Oficial da União.

Leiam a Lei nº 11.105 e a Constituição Federal Brasileira de 88 na íntegra:


 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm 

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm

Facelift de células-tronco: Uma promissora inovação na cirurgia plástica



Especialistas no anti-envelhecimento e cirurgiões plásticos descobriram fontes de células-tronco adultas para tratamentos de beleza, que não são afetadas por decisões éticas.
Uma célula-tronco é uma célula da qual outros tipos de célula são desenvolvidos. Elas têm a habilidade de criar mais delas mesmas para diferenciação, para criar uma variedade de tecidos. Apesar de as embrionárias serem o tipo mais conhecido, nem todas as células multipotentes vêm de embriões. Uma fonte abundante de células-tronco pode ser a nossa própria gordura. Por causa de suas capacidades, as células-tronco são conhecidas como multipotentes.


Pesquisadores estão descobrindo que gorduras retiradas da lipoaspiração podem ser convertidas em células com a habilidade de se diferenciar e replicar. Cirurgiões plásticos estão começando a implementar métodos de usar essas células para reconstruir tecidos perdidos e construir novos tecidos de maneiras menos invasivas. Eles já utilizam a reinjeção de gordura no rosto há décadas. O maior problema com este procedimento é a reassimilação desta gordura, resultando na falta de permanência da melhora.
A gordura injetada deve ter a sua própria provisão de sangue para circular na nova localidade para o resultado perdurar a longo termo. E isso geralmente não é possível quando uma grande quantidade é injetada de uma vez e quando não é feito com os instrumentos e as técnicas especializadas.

A lipoescultura foi um passo a frente em estabelecer permanência na gordura reinjetada. Com este processo, pequenas quantidades de gordura são cuidadosamente microinjetadas em uma série de camadas discretas para gradualmente construir uma nova estrutura de tecido. Como há um espaço entre cada microinjeção, novos vasos sanguíneos podem crescer na gordura injetada, a permitindo perdurar. Quando o procedimento é feito de maneira correta, melhoras permanentes nos contornos faciais são possíveis.


Pesquisadores estão experimentando novas maneiras de processar a gordura para que as frágeis células-tronco possam, criar suprimento sanguíneo para as células transplantadas para ajudá-las a sobreviver. Um método experimental desenvolveu, separando células-tronco adultas multipotentes, e a cultivando numa placa de Petri, enquanto as induzem a se diferenciar em tecido específicos, como gordura ou cartilagem. Essas células diferenciadas são então injetadas no paciente, onde elas continuam a crescer e se dividir, criando um pequeno amontoado de tecido natural.

Um segundo método usa meios mecânicos para conquistar alvos similares. Cytori é uma companhia de San Diego, nos EUA, que faz equipamentos para processar células-tronco da gordura imediatamente depois de retiradas pela lipoaspiração. Metade da gordura é separada, enquanto a outra metade é processada para extrair a mistura condensada rica em células-tronco. Essa mistura é então injetada de volta na gordura reservada, produzindo uma gordura super carregada de células-tronco, pronta para ser reinjetada no paciente. Como o paciente é o próprio doador, não há riscos de rejeição.

Hoje muitos procedimentos são utilizados para o rejuvenescimento facial. Enquanto alguns envolvem cirurgia, outras opções não-cirúrgicas apareceram nos últimos dez anos como meios de temporariamente rejuvenescer o rosto. Entram os relaxantes musculares como Botox, preenchedores como Juvéderm, Radiesse e Restylane. Essas opções podem prover os pacientes um aparência mais jovem e descansada, mas por essas medidas serem temporárias, as injeções devem ser reaplicadas periodicamente.


Fonte: http://hypescience.com/facelift-de-celulas-tronco-fotos-antes-depois/

Células-tronco: uma esperança para o tratamento de doenças.

O sangue contido no cordão umbilical, durante a gravidez, tem a função de levar oxigênio e nutrientes essenciais da mãe para o bebê. Há alguns anos, esse sangue era totalmente descartado. Hoje, no entanto, inúmeras pesquisas em andamento buscam identificar como as células-tronco, presentes no sangue do cordão umbilical, podem ajudar a salvar vidas.

Segundo a Fundação Parent’s Guide to Cord Blood, as células-tronco já são utilizadas para o tratamento de 79 tipos de doenças, sendo que, destas, 36 enfermidades já se encontram em fase de aplicação em voluntários humanos. Dentre as principais, para as quais as células-tronco tem se mostrado benéficas, estão a leucemia, talessemia e linfomas. Além disso, muitas doenças estão em estudo, como diabetes tipo 1, doenças neurológicas e, até mesmo, a cura da aids.


De acordo com o hematologista e diretor técnico da Criogênesis, Nelson Tatsui, esses dados mostram o porquê de muitas famílias buscarem ajuda para armazenar as células-tronco do cordão umbilical de seus filhos recém-nascidos, a fim de não precisarem recorrer a alguém que possa doar células caso, algum dia, venham precisar. “O acesso à informação sobre o procedimento, as vantagens e os preços mais acessíveis são prerrogativas que têm feito com que as famílias optem pelo armazenamento privado das células-tronco, a fim de serem utilizadas pelos próprios filhos”, explica.


Armazenadas


Ainda segundo o especialista, as células-tronco do cordão umbilical são células adultas e livres de impurezas, o que garante ainda mais eficiência em seu uso na área terapêutica. “As células, após a coleta, são avaliadas e armazenadas, podendo ficar congeladas por tempo indeterminado sem que haja a perda de suas propriedades terapêuticas. Para se ter uma ideia, existem bolsas de sangue de cordão congeladas há mais de 20 anos”, ressalta o hematologista.


O armazenamento das células-tronco pode também beneficiar parentes próximos, principalmente irmãos. Com as células criopreservadas, há garantia de 
rapidez no tratamento e não há riscos de rejeição após o transplante, caso elas sejam do próprio doador.


Fonte: http://tratamentocomcelulastronco.blogspot.com.br/

Dente de Leite: Fonte de células-tronco.


Com as pesquisas cada vez mais avançando na área da medicina, precisamos ficar atentos a momentos que são únicos. Você provavelmente já ouviu falar nas células-tronco do cordão umbilical e da importância de seu armazenamento em banco específico para futura utilização caso necessário. Ou já soube de alguém que fez doação de medula óssea. O que poucos sabem é que o dente de leite é fonte de células-tronco. As pesquisas são recentes, mas determinantes. E o benefício se estende aos familiares do doador.

Cada criança, a partir dos 2,5 a 3 anos de idade, passa a ter 20 dentes de leite. A troca dos mesmos pelos dentes permanentes ocorre entre os 6 e 12 anos de idade. Neste período, se a família fizer opção por armazenar o material do dente, deve se informar a respeito.

O odontopediatra está apto a auxiliar na coleta, mas esta também pode ser realizada pela própria família. Para tanto, um centro de tecnologia celular, reconhecido pela ANVISA, deve ser contratado. A partir daí você será orientado a como proceder. Mas, em resumo, a família receberá um kit próximo à data em que o dente alvo estiver para cair. Assim que o mesmo for extraído ou se soltar naturalmente, deverá ser inserido em líquido e recipiente próprios, que manterão o dente nas condições adequadas para a finalidade a que se propõe. O banco deverá ser comunicado para que providencie o condução do mesmo o mais rápido possível para o seu destino. Um só dente de leite terá as células tronco multiplicadas e poderá ser usado pela família em mais de um caso, se necessário. Assim como já ocorre com o cordão umbilical, o dente de leite terá o tratamento complementar para que as células-tronco fiquem armazenadas pelo tempo desejado.

As células-tronco comprovadamente podem ser usadas para o tratamento de doenças do sangue, tais como: leucemias, linfomas e anemias malignas. E no mundo existem mais de 300 tratamentos de doenças degenerativas sendo estudadas, com resultados animadores, como paraplegia, Mal de Parkinson e Alzheimer.

Porém, por ser recente, a liberação de cada novo uso das células-tronco para tratamento deve passar antes pela ANVISA e Conselho Federal de Medicina, mas casos isolados podem ser autorizados. A medicina está em constante evolução e as descobertas relacionadas com as células-tronco são relativamente recentes.

A fada do dente de leite vale a pena ser pensado pelos familiares. O molar de leite, por exemplo, cai geralmente após os dez anos de idade.


A imagem mostra polpa do dente de leite sendo retirada para a coleta de material.

Transplante de células-tronco para diabetes tipo 1


Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo - Campus de Ribeirão Preto) desenvolveram um tratamento revolucionário para o tratamento da Diabetes Tipo 1. Nesta enfermidade, o sistema de defesa do organismo ataca "por engano" as células beta, que estão no pâncreas. São elas que produzem insulina, o hormônio que equilibra o nível de açúcar no sangue. Quando todas as células morrem o paciente precisa tomar injeções de insulina sintética para o resto da vida.

Há mais de uma década, pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto começaram a mudar essa situação.

O tratamento é semelhante ao utilizado para pacientes de leucemia. O paciente passa por uma quimioterapia e enfrenta todos os efeitos colaterais, como náuseas e queda de cabelos - é necessário ficar em isolamento por várias semanas. Então, o sistema imunológico é reconstruído com injeções de células-tronco sadias que foram anteriormente retiradas do próprio paciente antes da quimioterapia. em seguida, espera-se que estas células-tronco reiniciem as defesas do corpo sem atacar a células que produzem a insulina. O tratamento só funciona quando administrado na fase inicial da doença, ou seja, para quem foi diagnosticado com diabetes tipo 1 a, no máximo, seis semanas. 

Células-tronco mesenquimais (cordão umbilical) - Devemos preservar?


Existem dois tipos de células-tronco: embrionárias e adultas. Acredita-se que as embrionárias sejam mais capazes de regeneração, comparadas às células adultas, pelo fato de poderem se transformar em quase qualquer célula do corpo.

As célula-tronco embrionárias encontram-se no cordão umbilical e podem ser retiradas no momento do nascimento da crianças e armazenadas para posterior utilização, caso esta criança necessite futuramente passar por algum tratamento genético.

Necessidades como esta são raras, mas quando ocorrem levam o paciente e seus familiares a momentos de grande tensão durante a fase de procura por doadores compatíveis. Não é raro um paciente não encontrar nenhum doador aparentado e os doadores anônimos são poucos.


No caso de tratamentos com material genético do próprio paciente tudo fica mais fácil, principalmente porque pode englobar inclusive aquelas famílias de religiões que proíbem tratamentos que envolvam o sangue de terceiros.


Entre as doenças que podem ser tratadas com o uso de cordão umbilical estão: alguns tipos de leucemias (inclusive muitas delas malígnas), certas anemias, algumas doenças metabólicas, imunodeficiências, deficiências medulares, certos tipos de hemoglobinopatias, além de doenças como Síndrome de Evans, Osteoporose e Histiocitose das células de Langerhans.

A Rede BrasilCord conta com 13 Bancos Públicos de sangue de Cordão Umbilical em funcionamento e com ela as chances de transplantes para pacientes que não possuem doador aparentado aumentam consideravelmente, bem como o número de transplantes a serem realizados, salvando mais vidas. A Rede BrasilCord é uma rede nacional de bancos públicos de sangue de cordão umbilical e placentário para transplante de células-tronco hematopoiéticas. Criado em 29 de setembro de 2004 através da Portaria Nº 2.381/GM, essa Rede pública é formada pelos Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP) já existentes e em operação no Instituto Nacional do Câncer - INCA/Rio de Janeiro e no Hospital Albert Einstein - HIAE/São Paulo, e pelos demais BSCUP que vierem a ser implantados, com base nas necessidades epidemiológicas, na diversidade étnica e genética da população brasileira e segundo critérios a serem estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

O doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 30% das famílias brasileiras - para os 70% restantes é necessário identificar o doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários e bancos públicos de sangue de cordão umbilical.

A doação do cordão umbilical do recém-nascido para um banco público é voluntária e autorizada pela mãe do bebê. As unidades armazenadas ficam disponíveis para qualquer pessoa que precise de transplante de medula óssea, indicação para pacientes com leucemia e outras doenças do sangue.

Os bancos da Rede BrasilCord mantém convênio com determinadas maternidades. As doações só podem ser realizadas nestes hospitais conveniados, onde existem equipes treinadas para realizar a abordagem da gestante, acompanhamento da gestação e coleta do material no momento do nascimento.

O serviço de armazenamento de células-tronco do cordão umbilical não pode ser entendido como um seguro de vida. Não há nenhuma garantia sobre o resultado dos tratamentos e terapias.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O uso de Células-tronco na medicina estética.


Você já ouviu falar em implante de fibroblastos? Pois trata-se de um procedimento que está sendo utilizado pela medicina estética para proporcionar o rejuvenecimento cutâneo. Este tratamento utiliza a tecnologia das células-tronco.


As células-tronco têm a capacidade de aumentar a quantidade de fibroblastos, que são células presentes na segunda camada de pele, a derme, e são responsáveis pela produção de colágeno e elastina. Desta forma, o tratamento com implante de fibroblastos possibilita o aumento também da produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico no organismo. Isso faz com que a pele fique mais firme, espessa e hidratada, combatendo, então, as rugas e a flacidez.



As células-tronco podem ser encontradas na região do epitélio, no sistema nervoso e na medula óssea, porém, para utilização estética são usadas apenas as do epitélio. O tratamento utiliza células-tronco adultas retiradas do próprio paciente, que são, posteriormente, reprogramadas geneticamente em laboratório.

O processo consiste na coleta da um fragmento de pele através de uma biópsia, tudo seguindo as normas da Anvisa. A retirada deve ser realizada preferencialmente de uma área do corpo que não tenha sido muito exposta ao sol, como o couro cabeludo da região atrás da cabeça.

Este material é enviado ao laboratório, onde os fibroblastos são separados das outras células da pele e tratados com fatores de crescimento que estimulam a sua multiplicação. Depois de algumas semanas, os fibroblastos cultivados são acondicionados em seringas, prontas para aplicação.



Após anestesia tópica (cremes anestésicos) e utilizando-se agulhas de fino calibre (1ml), os fibroblastos são implantados na região a ser tratada, obtendo assim novas "fábricas" de colágeno e elastina, capazes de restaurar o viço, a elasticidade e até mesmo corrigir rugas finas e sulcos. A quantidade a ser injetada vai depender da necessidade de cada paciente e a aplicação pode ocorrer não só na face, mas também nas mãos, pescoço e colo.

No Brasil, somente o laboratório Excellion, localizado em Petrópolis, no Rio de Janeiro, é autorizado a realizar este procedimento. A partir de um fragmento de pele retirado do próprio paciente, serão processadas e multiplicadas as células de fibroblastos, responsáveis pela produção de colágeno e elastina. O paciente precisa esperar cerca um mês para retornar ao consultório para fazer a aplicação. Mas parte desse material pode ser congelado e utilizado, futuramente, em outras aplicações.



A utilização de células-tronco pela medicina estética data de 1995. Os tratamentos que se utilizam desta tecnologia são o reparo dérmico e subcutâneo, preenchimento facial de rugas e linhas de expressão e melhoria na qualidade e flacidez da pele.

No pré-operatório é necessário que o paciente realize uma pequena biópsia da pele ou retire 70 ml de gordura, para servir de matriz à retirada, isolamento e multiplicação dos fibroblastos. Cerca de 40 dias após a coleta do material, o laboratório enviará uma quantidade de biomaterial suficiente para realizar três aplicações.
Como o procedimento é autólogo (do próprio paciente) o corpo não rejeita as células-tronco, de modo que o risco de rejeição ou alergias é praticamente inexistente, tornando-se um processo bastante seguro e eficaz.



FONTE: http://www.esteticas.com.br/celulas_tronco.htm

Células - tronco adultas


Células-tronco adultas


As CTs adultas que mais conhecemos são as presentes na medula óssea, que desde a década de 1950 são utilizadas no tratamento de diferentes doenças que afetam o sistema hematopoiético. Na medula óssea, encontram-se CTs hematopoiéticas, que podem dar origem a todos os diferentes tipos de células do sangue (linfócitos, hemácias, plaquetas, etc.). As CTs estão presentes em muitos tecidos adultos, onde atuam na manutenção dos mesmos, repondo células mortas. Porém, as CTs presentes no adulto eram vistas tradicionalmente como restritas em seu potencial de diferenciação a somente células do tecido onde elas residem. Por exemplo, as CTs hematopoiéticas são capazes de regenerar o sangue após destruição daquele tecido por irradiação, e células do fígado proliferam na tentativa de regenerar aquele órgão.

Porém, nos últimos anos, uma série de trabalhos vem questionando essa visão tradicional das CTs adultas, mostrando indicações de um potencial muito mais amplo de diferenciação, sendo capazes de dar origem a tecidos diferentes daqueles onde elas residem. Alguns deles serão discutidos a seguir.

Uma das primeiras indicações de que as CTs da medula óssea poderiam se diferenciar em tecidos diferentes do hematopoiético veio de um estudo com um modelo animal para distrofia muscular de Duchenne, doença muscular degenerativa causada por mutações no gene da distrofina, uma proteína da parede muscular. Animais afetados, ou seja, que não produzem a distrofina, foram submetidos a um transplante de medula óssea de camundongos normais. Além de terem sua medula óssea regenerada pelas células do doador, algumas semanas após o transplante, os animais transplantados apresentaram até 10% das fibras musculares contendo aquela proteína. Isto indicava que células derivadas da medula óssea do doador haviam se incorporado ao músculo dos animais distróficos.
Dois anos mais tarde, outro grupo conseguiu demonstrar que na medula óssea do camundongo existem células com uma enorme capacidade de diferenciação in vivo. Quando injetadas em camundongos receptores, estas CTs derivadas da medula óssea se diferenciaram em células epiteliais do fígado, pulmão, trato gastrointestinal e pele, além é claro de células hematopoiéticas no receptor. Este trabalho representou uma grande quebra de paradigma, e levou vários grupos a explorarem a capacidade terapêutica das CTs da medula óssea em doenças não hematológicas.

Neste sentido, uma das áreas mais exploradas tem sido a cardiologia. Estudos pré-clínicos com modelos animais avaliaram a capacidade terapêutica das células da medula óssea no tratamento de infarto do miocárdio induzido. Quando injetadas na parede do infarto logo após a ligação da coronária, as CTs de medula óssea promoveram a formação de novo músculo cardíaco que ocupava até 68% da porção infartada do ventrículo. Esse trabalho indicou que a administração local de células da medula óssea pode levar à geração de novo miocárdio, aliviando o efeito da doença coronária.

Os resultados do uso de CTs da medula óssea em cardiopatias em modelo animais justificaram o início de testes em seres humanos. Em um trabalho desenvolvido numa parceria entre a UFRJ, o Hospital Pró-Cardíaco e a Universidade do Texas, catorze pacientes com doença isquêmica grave do coração receberam injeções de células de sua própria medula óssea diretamente no coração. Os resultados mostraram uma melhora significativa da função contrátil nos pacientes tratados quando comparados com controles após quatro meses do tratamento. Em 2005, foi iniciado no Brasil um teste clínico em larga escala, financiado pelo Ministério da Saúde, onde 1.200 pacientes com diferentes cardiopatias receberão injeções locais de células mononucleares derivadas da própria medula óssea. O estudo pretende avaliar a segurança e eficácia deste tratamento para eventualmente oferecê-lo à população como uma alternativa ao transplante cardíaco.

Apesar destes e outros trabalhos indicarem uma maior plasticidade das CTs da medula óssea, incluindo também a capacidade destas células se diferenciarem em neurônios e hepatócitos, ainda não está claro se de fato aquelas células estão se transformando em outros tecidos ou se simplesmente estão se fundindo com células daqueles tecidos. Outros trabalhos, ainda, propõem um terceiro mecanismo para o efeito terapêutico das CTs da medula óssea, onde estas estariam secretando fatores que induziriam um processo natural de regeneração do órgão afetado. Fato é que o mecanismo pelo qual as CTs adultas exercem o efeito terapêutico observado em algumas doenças não hematológicas ainda não é conhecido e é tema de controvérsia na comunidade científica.

Enquanto a controvérsia não é resolvida, alguns estudos apresentam evidências indiretas da capacidade de diferenciação mais ampla das células da medula óssea em humanos. Por exemplo, mulheres com leucemia que receberam transplante de medula óssea de doadores homens apresentaram células contendo o cromossomo Y (ou seja, derivadas da medula óssea do doador) em seu cérebro. Além disso, uma pequena proporção (até 0,07%) havia se diferenciado em neurônios. Esse trabalho demonstrou a capacidade, ainda que com baixa eficiência, das células da medula óssea de entrar no cérebro e gerar neurônios, fenômeno também observado em camundongos. Se esta capacidade puder ser aumentada, um dia as CTs de medula óssea poderão ser utilizadas no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.

Terapia celular com CT adultas

Transplantes de células-tronco adultas são realizados desde a década de 1950 na forma de transplantes de medula óssea para o tratamento de diferentes doenças que afetam o sistema hematopoiético. A partir do final da década de 1980, o sangue do cordão umbilical e placentário de recém-nascidos tornou-se uma fonte alternativa de CTs hematopoiéticas - no recém-nascido, essas células ainda não migraram para o interior dos grandes ossos e se encontram no sangue circulante com algumas vantagens sobre a medula óssea: não necessita de uma compatibilidade completa entre doador e receptor; apresenta menor risco de desenvolvimento da doença do enxerto versus hospedeiro; e está disponível imediatamente quando necessário, ao contrário dos bancos de medula óssea, que armazenam somente dados sobre o doador. Mais recentemente, o transplante de SCUP vem sendo utilizado também para o tratamento de doenças não hematológicas, especificamente as doenças genéticas do metabolismo síndrome de Hurler e da doença de Krabbe, esta última uma condição neurodegenerativa.
Em 1993, foi inaugurado o primeiro banco de sangue de cordão para uso público nos Estados Unidos (New York Blood Center, Nova Iorque, Estados Unidos ) para complementar os bancos de doadores de medula óssea. Atualmente, os Estados Unidos possuem mais de sessenta mil amostras de sangue de cordão armazenadas para uso público, e pretendem atingir uma meta de 150 mil amostras para poder atender toda sua população.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) foi pioneiro na criação de um banco público de sangue de cordão em 2001. Segundo o site do INCA, hoje a capacidade deste banco é de três mil unidades de sangue de cordão, que deve ser expandida até dez mil amostras. Em 2004, foi criada pelo Ministério da Saúde uma rede nacional de bancos de sangue de cordão (Rede BrasilCord), composta inicialmente pelo INCA, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hemocentro de Ribeirão Preto e UNICAMP. Segundo o site do HIAE, a Rede BrasilCord tem como objetivo a coleta de vinte mil amostras de sangue de cordão para uso público, o que "atenderá a toda a diversidade genética da população brasileira [...]". Não é claro como este número foi calculado, mas levando-se em conta bancos de sangue de cordão de países como Japão, que até 2006 já tinha vinte mil amostras para atender sua população significativamente mais homogênea do que a nossa, acredito que vinte mil seja uma estimativa muito baixa para a Rede BrasilCord ter algum impacto em saúde pública no Brasil.

Apesar de muito empenho e divulgação, até julho de 2007 somente o INCA e o HIAE atuavam como bancos de sangue de cordão, o que significa que somente partos realizados na Maternidade Municipal Carmela Dutra e na Pró Matre no Rio de Janeiro, e no HIAE em São Paulo são passíveis de terem o sangue de cordão do recém-nascido doado para a Rede BrasilCord. E enquanto as maternidades participantes no Rio de Janeiro atendem a população geral, diversificada, daquela cidade, a única maternidade atuante no Estado de São Paulo, a do HIAE, atende principalmente uma classe econômica que pode arcar com o alto custo de um parto ali. Conseqüentemente, a variabilidade étnica das amostras daquele banco de cordão deve ser muito baixa e não representar toda a diversidade genética da nossa população. Assim, em termos de saúde pública, seria mais eficiente as coletas de sangue de cordão para a Rede BrasilCord serem sempre feitas em maternidades que atendam a diversidade étnica/genética da população brasileira. A iniciativa da criação da rede de bancos públicos no Brasil é de extrema importância para a saúde de nossa população, mas para que tenha de fato impacto, ela deve contemplar a natureza diversificada de nossa população, o que deve se refletir na escolha dos pontos de coleta e em um cálculo realista da meta de número de amostras armazenadas.

Mas e o uso de CTs para o tratamento de doenças mais comuns? O Brasil se destaca pelo grande número de testes clínicos em andamento com CTs adultas, que avaliam o uso terapêutico mais amplo destas células em diferentes doenças, incluindo doenças cardíacas, auto-imunes, como lúpus e diabetes e trauma de medula espinhal. Estes estudos estão em andamento e os resultados preliminares indicam que pelo menos não há efeitos adversos do transplante autólogo de CTs da medula óssea. Resta ainda analisarmos se existe algum efeito terapêutico das mesmas naquelas doenças. É importante frisar que os esses tratamentos são experimentais e ainda não podem ser oferecidos à população.
Finalmente, novas fontes de CTs adultas vêm sendo caracterizadas e incluem material lipoaspirado e a polpa do dente de leite. Ainda é cedo para sabermos quais dessas células cumprirão sua promessa terapêutica, mas elas ilustram o quanto ainda temos que aprender sobre os diferentes nichos de CTs no organismo adulto.







Fonte: 

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000100002&lng=pt



quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Paraplégico volta a pedalar com tratamento de células tronco




Paraplégico movimenta pernas após transplante pioneiro na BahiaNo tratamento são usadas células tronco mesenquimais.Policial passou nove anos na cadeira de rodas.

Entenda o que são as Células- tronco


Doenças beneficiadas.

                      
 Câncer (reconstrução de tecidos e entendimento da divisão anormal de células)
- Doenças Cardíacas (renovação do tecido)
- Degeneração macular (reposição de células ou tecido da retina)
Diabetes (injeção de células produtoras de insulina)
- Doenças autoimunes (reposição de células do sangue)
Doença pulmonar (crescimento de novo tecido)
- Esclerose múltipla (reposição de células cerebrais)
- Lesões na medula (reposição de células neurais)
- Mal de Parkinson (reposição de células cerebrais)
- Mal de Alzheimer (reposição das células cerebrais)
- Osteoartrite (reconstrução do tecido)
Osteoporose (reposição de células)

Curiosidades


Há cinco décadas o pesquisador Leroy Stevens descobriu um tumor no saco escrotal de um rato de laboratório. Ao examinar o animal, identificou vários tecidos, incluindo dentes e cabelos. A partir desta constatação, traçou a origem do tumor e deu início ao estudo das células-tronco.Somente 30 anos mais tarde, cientistas norte-americanos e ingleses conseguiram isolar células-tronco embrionárias a partir do blastocisto de um roedor. Em 1998, duas equipes independentes anunciaram o isolamento de células-tronco embrionárias humanas.Em 2008, uma equipe anunciou a criação de um coração usando células-tronco de ratos e tecidos próprios do animal, como vasos sanguíneos e válvulas. Contudo, o órgão batia apenas com 2% da potência normal. Em julho de 2010, cientistas anunciaram a criação de um pulmão de rato “artificial” com células-tronco. O tecido funcionou apenas duas horas, pois coágulos de sangue se formaram.Recentemente, pesquisadores dos Estados Unidos descobriram uma forma de produzir quantidades aparentemente ilimitadas de células-tronco adultas em laboratório. A equipe descobriu que células endoteliais – os blocos básicos do sistema vascular – produzem fatores de crescimento que induzem o crescimento de culturas de células.
Mesmo diante da possibilidade de produção de células-tronco em grandes quantidades, muitas mães doam o sangue do cordão umbilical do filho que nasceu para bancos de células-tronco, já que ali se encontra um grande número de células-tronco hematopoiéticas. A ideia é que esse material fique disponível para ser usado no futuro por alguma pessoa compatível, para tratar doenças como leucemia.

O que é células- tronco

O que é células- tronco
As células-tronco são células com a capacidade de se transformar (diferenciar) em qualquer célula especializada do corpo, ou seja, células características de uma mesma linhagem. Elas são capazes de se renovar por meio da divisão celular mesmo após longos períodos de inatividade e induzidas a formar células de tecidos e órgãos com funções especiais.Diferente de outras células do corpo, como as células musculares, do sangue ou do cérebro, que normalmente não se reproduzem, células-tronco podem se replicar várias vezes. Isso significa que a partir de uma cultura de células-tronco é possível produzir milhares. Contudo, os pesquisadores ainda não têm conhecimento vasto do que induz a proliferação e auto renovação dessas estruturas.Outro enigma que desafia os cientistas é a questão da diferenciação: como células indiferenciadas simplesmente passam a ter funções especializadas, como os gametas e células sexuais? Sabe-se que, além dos sinais internos controlados por genes, o processo é ativado também por sinais externos, incluindo a secreção de substâncias químicas por outras células, o contato físico com células vizinhas e a influência de algumas moléculas.Embora muitos laboratórios de pesquisa consigam induzir a diferenciação pela manipulação de fatores de crescimento, soro e genes, os mecanismos detalhados que regem o processo não são claros. Entretanto, encontrar a resposta para o problema pode ampliar o potencial terapêutico das células-tronco, já que células, tecidos e órgãos poderiam ser produzidos em laboratório ou recuperados no próprio corpo. Além disso, forneceria uma compreensão bem maior doenças como o câncer, desencadeadas pela divisão anormal das células.



Tipos

As células-tronco podem ser classificadas em totipotentes, quando conseguem se diferenciar em todos os tecidos do corpo humano, e pluripotentes ou multipotentes, quando são capazes de se transformar em quase todos os tecidos, exceto placenta e anexos embrionários. Células-troncooligotentes diferenciam-se em poucos tecidos, células-tronco unipotentes se trasformam em um único tecido.Essas estruturas podem ser divididas, de acordo com a origem, basicamente em células-tronco derivadas de tecidos embrionários (somáticas) e células-tronco derivadas de tecidos não-embrionários (adultas). Células-tronco pluripotentes poderiam, teoricamente, derivar de qualquer célula humana.Células-tronco embrionárias são aquelas que formam o interior do blastocisto, um aglomerado celular que dará origem a tecidos e órgãos necessários ao desenvolvimento do feto. A maioria das pesquisas atuais utiliza este tipo de célula-tronco para produzir mais células-tronco, que podem ser congeladas e divididas em laboratório. Posteriormente, são divididos e estimulados para se tornarem células ou tecidos especializados.



Células da massa celular interna sendo extraída do blastocisto para obtenção das células - tronco embrionárias. 

Em uma fase posterior ao embrião de 5 dias, ele já apresenta estruturas mais complexas como coração e sistema nervoso em desenvolvimento, ou seja, as suas células já se especializaram e não podem mais ser consideradas células-troncos.O corpo humano possui, aproximadamente, 216 tipos diferentes de células e as células-tronco embrionárias podem se transformar em qualquer uma delas. Esse esquema exemplificando este processo:



Desenvolvimento embrionário desde o zigoto até o indivíduo adulto

Células-tronco adultas são células indiferenciadas encontradas no meio de células diferenciadas que compõem as estruturas do corpo. Elas têm a função de renovar e reparar os tecidos do corpo. Acredita-se que residam em nichos dos tecidos, algumas nas camadas externas de pequenos vasos sanguíneos, onde permanecem sem se dividir até que isso seja necessário.Por existirem em quantidades reduzidas no corpo e pela dificuldade que apresentam para se dividir em relação às embrionárias, a produção em laboratório desse tipo de célula-tronco é limitada. Mesmo assim, cientistas desenvolvem a cada dia novos métodos para incrementar a cultura e manipulação destas células para utilização em tratamentos de lesões ou doenças.




Células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) são células adultas que foram geneticamente reprogramadas para o estágio de células-tronco embrionárias. Estudos estão sendo realizados para avaliar como a técnica poderia ser utilizada de forma segura em seres humanos. Em animais, a introdução de fatores de reprogramação celular com vírus pode, eventualmente, desencadear tumores. Entretanto, a estratégia parece promissora na medida em evitaria, teoricamente, a rejeição.As primeiras células-tronco humanas induzidas foram produzidas em 2007, a partir da pele. E tem sido daí que são retiradas as células para reprogramação, mesmo que teoricamente, qualquer tecido do corpo possa ser reprogramado. O processo de reprogramação se dá através da inserção de um vírus contendo 4 genes. Estes genes se inserem no DNA da célula adulta, como, por exemplo, uma da pele, e reprogramam o código genético. Com este novo programa, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco embrionária e possuem características de auto-renovação e capacidade de se diferenciarem em qualquer tecido, como na figura mais abaixo.Estas células são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida ou pela sigla iPS (do inglês inducedpluripotentstemcells).



Esquema mostra como é feita a reprogramação das células da pele através da inserção dos vetores virais.